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segunda-feira, janeiro 05, 2015

Vale do Catmandu

Primeiro dia efetivo em Catmandu, todo mundo empolgado. Acordar cedo, se arrumar e correr pra sair... ai!!!


Parece que os 1,85 m do meu pai ultrapassam a estatura média de um monge nepalês...  


PASHUPATI

Pashupati é uma representação do deus hindu Shiva e significa Protetor dos Animais. O templo no Vale de Catmandu é o lugar mais sagrado do Nepal e de grande importância pra toda religião hindu.
Tamanha a importância, o já era de se esperar: Muita gente!


Apesar de haver construções do séc III AC (isso mesmo, sem o X e com o A de Antes de Cristo) o templo em si é so séc XVII.
Falando assim faz até parecer que séc. XVII é recente né? Foi logo ali, antes da Copa de 94...


Na porta do templo principal, no topo da porta, está a imagem do deus Shiva com a pele azulada e segurando o tridente. A imagem parece mesmo afeminada e é intencional. O corpo de Shiva é perfeito e belo como o corpo de uma mulher.
Ai, to começando a me identificar com essas simbologias!

Nas laterais superiores da porta os filhos de Shiva: Ganesh a esquerda com a cabeça de elefante e Kartikay a direita.


 

A entrada no templo só é permitida a hindus. Eles vem com a mancha vermelha na testa simbolizando benção que geralmente lhes é colocada por um parente mais velho ou um líder religioso. Além disso, carregam alguma oferenda: uma travessa com alimentos por exemplo.

Testas com benção

Preparação para entrada. Rapaz ao fundo leva oferendas.


Notou os pés descalços no homem com a oferenda? Há todo um processo de purificação antes de entrar onde o hindu lava os pés e as mãos.
Agora junta tudo: pé descalço molhado, piso de pedra, inverno no Nepal. Quase deu saudade do verão do Rio de Janeiro! Quase...

Mesmo que não possamos entrar, da porta se pode ver a escultura de um grande touro no pátio interno do templo. Shiva cavalgava um touro.
  
Na parte de trás do templo corre um rio que deságua no Rio Ganges. O vale do Rio Gandi corresponde a uma região sagrada para o hinduísta.

Diferentemente de outras regiões, aqui a comunidade realiza a cremação pública. Poucas horas após a morte, a pessoa é trazida para a beira do rio e cremada num berço de madeira junto com alimentos, flores e outras oferendas. Após cerca de 4 horas de cremação, restam apenas as cinzas humanas e restos de lenha que são lançados no rio.
A crença é de que a cremação purifica o corpo material e permite a passagem do hinduísta.


Crianças com até 4-5 anos considera-se que não possuem corpo materializado, por tanto não precisam de cremação. Elas são então enterradas na floresta atrás do templo.

Ao redor do templo principal e na beira do rio existem vários templos menores a Shiva.  Na porta de cada templo, um touro. A imagem de dentro simboliza a fusão entre o masculino (meia esfera superior) e o feminino (circulo inferior).


Quer mais símbolo? Não precisa nem procurar... eles parecem infinitos!
Talhado na porta do templo podemos ver as cobras que significam proteção.




BHAKTAPUR

Na região do Vale de Catmandu haviam três reinados: Bhaktapur, Kathmandu e Patan. Desses Bhaktapur é o que fica mais distante da atual capital.


Assim como as vilas ocidentais são repletas de igrejas e capelas católicas, a antiga vila de Bhaktapur esta repleta de templos hindus dedicadas e diversos deuses e suas personificações.

Na entrada de cada templo ficam os guardiões, sempre em pares: um masculino e um feminino.


E pra mostrar que é masculino, se dispensa o puritanismo anti –natural e tá lá o elefante com ao outra “tromba” esculpida: 

Na entrada do palácio um portão de ouro esculpido com figuras da Kali (manifestação da deusa Parvat) e Garuda (um homem-pássaro que serve de montaria para o deus Vishnu).




E na frente do palácio, nada mais humilde do que uma estátua dourada do rei feita por ele e para ele.



COUCH SURFING
Se a comunidade do CS em Deli foi muito receptiva, a de Catmandu não ficou pra trás... Fui encontrar alGuns deles no final da tarde pra um café.
O ambiente bem turístico mal foi percebido. De cara já Ganhamos uns postais de presente, fomos convidados pelo Ranjit pra ir ver o nascer do sol nas montanas e pelo Dharma pra jantar com a família dele. Toda essa hospitalidade tão latina fazem esquecer o frio e o Nepal parece algo tão mais perto da gente.

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